domingo, 15 de janeiro de 2012

A sociedade do espetáculo.

Do pequeno quarto em que me encontro com a televisão e a internet ligados, com a janela aberta para a observação visual, registro um grande espetáculo midiático minuciosamente planejado pelos proponentes dos grandes acontecimentos ocorridos no Rio de Janeiro, na avenida Paulista e em várias cidades e capitais do país.
Cantores, atores, personalidades do mundo da “fantasia”, da política e da religião, profetizam e reproduzem uma espécie de histeria coletiva, todos são induzidos a acreditar que de fato o ano de 2012, será feliz e será novo em relação ao ano que já se foi.
Na comunidade, barulhos, fogos, bombas, gritos e felicitações tomam conta dos moradores nas casas, nas ruas, chamando atenção para o inebriante “feliz ano novo”, como se uma simples mudanças no calendário fosse capaz de apagar os índices de fome, miséria, e a morte precoce inerente ao modo de produção capitalista.
De fato o espetáculo é estimulante e envolvente, perfeitamente adequado e correspondente ao grau de alienação necessária para dissimular as mazelas do sistema, tais como: o preconceito racial existente como derivação da exploração de classe, a crise crescente na Europa, o avanço dos embates revolucionário no mundo árabe e norte da áfrica e outros.
Esse movimento dialético constitui o necessário contraponto a insidiosa festa capitalista mundial.
Podemos dizer que esse é um ano que não terminou, apenas ocorreu uma cronológica mudança de calendário, para registrar a fragilidade da crise que o capitalismo está submetido, que cada dia, vem piorando com a exclusão de bilhões, e, privilégios para poucos do mega contingente de sete bilhões de seres humanos existentes em nosso planeta.
Para os governantes, esses momentos são propícios para se introjetar no consciente coletivo a pirotecnia mundial, como resposta e verdades sob a égide da ordem capitalista.
Enquanto milhões comemoram o efêmero, bilhões gemem com a dor da fome, a falta de assistência médica, a falta de escolaridade, da falta de moradia, enfim; a falta de perspectiva humana.
A sobra das mesas dos poderosos e fartos consumistas daria para aplacar a fome de milhões e a sede de justiça que campeia em todos os países do mundo.
Quero saudar os lutadores que no mundo inteiro resistem à ofensiva do capital, que saúdam a justiça, se preciso de armas em mãos, e que semeiam o amanhã na concretude do hoje.
Que venha mais um ano cronológico para registrar a evolução das nossos atos e ações e, compendie a agonia dos poderosos,com a apropriação da riqueza por aqueles que de fato as produzem.

Avançar a Luta Socialista é preciso!

Aldo Santos. Coordenador da APEOESP-Sbc, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Coordenador da corrente política TLS. (01/01/2012)

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