quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nota sobre o processo eleitoral 2010.

A corrente política do PSOL, Trabalhadores na luta Socialista (TLS) realizou importante plenária nos (23/24/01/2010), com representantes da Capital e de várias Cidades do Estado de São Paulo.
Foi uma plenária que contou com a participação de dezenas de companheiros (as) que discutiram a conjuntura política, a nossa atuação na construção da nova Central da Classe trabalhadora, no congresso da APEOESP e o nosso posicionamento contra os ataques do governo Serra á Educação Estadual e a capitulação da Articulação Sindical frente à categoria.
Discutimos e deliberamos sobre o crescimento estratégico da corrente e nossa atuação Partidária.
Foi ratificada a posição da direção da TLS de apoio a pré-candidatura de Plinio de Arruda Sampaio a presidência da república.
Em relação ao Governo do Estado de São Paulo, a TLS aprovou a indicação de Paulo Búfalo, como pré-candidato ao Governo do Estado .
Deliberamos sobre a abertura do debate interno (nas regiões) em relação ao Senado, a Câmara federal e a Assembléia legislativa do Estado de São Paulo.
Todo debate deve ter por base um programa de governo e um plano de luta anticapitalista , rumo a construção de uma sociedade Socialistas.
Fazemos um chamado aos nossos militantes para a imediata tarefa de tirada de delegados a Conferência Nacional que vai acontecer no início de Abril 2010, Rio de Janeiro.
(SP. 24/01/2010)
Saudações Socialistas,
Comunicação da TLS.
SERRA E PAULO RENATO MANTÉM AS DEMISSÕES E A PRECARIZAÇÃO

Diante da grande participação dos professores presentes á Assembléia da APEOESP em pleno mês de janeiro e também diante do grande impasse em que o governo mergulhou o magistério, a secretaria anunciou que a prova seria classificatória. Diante desta posição os professores presentes à Assembléia aprovaram a proposta e marcaram uma nova Assembléia para o dia 29 de Janeiro.
No entanto, o governo publicou a Resolução SEE 8/10, em que reafirma o caráter eliminatório e excludente da prova, ao criar duas listas de classificação, onde quem primeiro irá escolher suas aulas são aqueles que “alcançaram os índices mínimos fixados para a prova do processo seletivo”, excluindo milhares de professores Categorias F e L das salas de aula, submetendo-os á demissão sumária.
DIREÇÃO MAJORITÁRIA (CHAPA 1 – BEBEL) PUBLICA FAX URGENTE Nº 5 DEFENDENDO A POLÍTICA DO GOVERNO
Diante desse gigantesco ataque sobre a categoria, a direção majoritária simplesmente suspendeu a Assembléia que havia sido marcada para o dia 29 de janeiro (sexta feira) e passou a publicar através do fax urgente que a Resoução 8 é uma vitória da categoria, quando na verdade a referida resolução consolida a política de demissões em massa e praticamente acaba com o tempo de serviço para fins de atribuição de aulas.
Diante dessa atitude de entrega dos nossos direitos ao governo por parte da CHAPA 1 (BEBEL e sua turma), nós da TLS fazemos um chamado a todos os lutadores de todos os setores de Oposição para denunciar de forma contundente essa total capitulação política ao mesmo tempo em que reafirmamos nossas exigências:
- Abaixo as provas e o monitoramento ideológico (escola Tucana);
- Respeito ao tempo de atuação no magistério como critério para a atribuição de aulas;
- Garantia de emprego a todos os professores;
- Liberdade de escolha na atribuição dos efetivos;
- Boicote à Prova de Evolução por Mérito, reposição das perdas salariais já;
- Abaixo a escolinha de formação e a doutrinação tucana na educação;
- Por uma assembléia urgente da categoria que aprove a greve para barrar os ataques do governo;
- Derrotar o governismo da direção majoritária (Bebel e companhia limitada).

TRABALHADORES NA LUTA SOCIALISTA – TLS
GOVERNO DO ESTADO IMPÕE REGIME DE TERROR CONTRA OS PROFESSORES

Sabemos que a política educacional do PSDB e seus aliados é um desastre para alunos, educadores e comunidade escolar. Enfrentei a política de inúmeros governos do Estado de São Paulo, porém o laboratório educacional dos tucanos tem de longe superado os governos anteriores em matéria de ataques a educação pública no nosso Estado. Esses ataques se materializam em medidas discriminatórias, divisionistas e humilhantes para nossa categoria.
Para conter recursos, o governo ditador de Laudo Natel, instituiu a Lei 500/74, num momento de crise. Com essa lei, implementou o trabalho precarizado, ao mesmo tempo dispondo de um exército de trabalhadores sem o vínculo estável do concurso público. O atual governo atribuiu a esses e aos demais professores todas as mazelas da política educacional estadual.
Com o amparo legal justificam a partir dessa lógica a incompetência institucional da política educacional, piorando a qualidade da educação, impondo o achatamento salarial, a precarização do trabalho e o assédio moral, sobre o conjunto dos educadores do Estado de São Paulo.
Ao desconstruir a figura do educador como uma referência ética, cultural e portador de valores morais, educacionais e paradigmáticos para a juventude e para a sociedade, eles procuram atrair para o senso comum e para a pauperização uma profissão que nos países ricos goza de prestigio profissional e de remuneração significativa, bem como, de valor simbólico para o referido contexto social.
No final de 2009, Serra e Paulo Renato aprovaram leis desestruturantes, que impuseram à categoria o mais amplo grau de esfacelamento (categorias F, L, O; etc.). Mais uma vez instituiu provas para os OFAS, cujo objetivo é desmoralizá-los perante a opinião pública, impingindo aos mesmos um caráter reducionista e golpista com avaliações dirigidas e descabidas. Desconsiderando assim a experiência representada pelo tempo de serviço e condenando os mais antigos a aposentadoria com o valor correspondente a dez aulas e outros milhares ao desemprego.
Transformam seres humanos em sucatas, após terem sugado durante anos esses profissionais agora já envelhecidos e ou doentes, colocam-nos na marginalização. Do ponto de vista salarial, instituíram a política do mérito, através de uma prova, destruindo a evolução funcional e a carreira do magistério.
O pretenso aumento será para uma ínfima parcela da categoria. Pretendem dividir, separar e desqualificar o conjunto dos educadores a partir da divulgação dos resultados dessa prova. Como parte desses ataques e dentro de um universo de aproximadamente 130.000 mil professores com vínculo precarizado, ele contraditoriamente abre um concurso para 10.000 professores, com caráter duplamente eliminatório. Primeiro pelo concurso em si e depois pela triagem na escola doutrinária do PSDB.
Que o governo ataque a categoria por sua própria conta e vontade faz parte de uma lógica excludente das elites deste país, obcecadas pela implantação das já fracassadas políticas neoliberais. Porém, o papel do setor majoritário da diretoria estadual do sindicato é profundamente lamentável e condenável. No fax-urgente, eles sempre colocam que a prova, mecanismo de divisão dos professores, foi uma vitória da categoria.
Segundo publicações da imprensa, aproximadamente 49% não atingiram a nota mínima exigida e no dia de hoje (27/01/2010), foi publicada uma lista dos professores que atingiram a nota mínima e os que não atingiram até o momento foram excluídos. O pânico é grande na categoria com inconformismos e questionamentos sobre o que foi anunciado na última assembléia e o que o governo publicou na resolução 08/01/2010. Para piorar, a direção do Sindicato ainda cancelou uma assembléia marcada para o dia 29 do corrente mês, onde daríamos continuidade no nosso processo de luta e de construção da greve aprovado já na Conferência Estadual de Educação.
Por menos do que isso, os Felícios foram expurgados da categoria, pois não conseguiam instalar as assembléias, tal era a desconfiança dos professores que pairava sobre eles frente à condução do Sindicato. Ou a diretoria responde as dúvidas existentes com “possíveis” acordos de bastidores, ou o grito dos “fora...” vai aumentar.
Também se faz necessário um balanço da Oposição Alternativa, que freqüentemente tem livrado a Articulação de fragorosas derrotas em assembléias, ao defender políticas comuns com a articulação, quando alguns diretores externam posicionamentos sem prévia discussão coletiva; o que seguramente não traduz o pensamento da base.
Não basta ser uma Oposição Alternativa, é necessário que sejamos uma Alternativa de Oposição pra valer.

Mudar é preciso!!!

Aldo Santos: Sindicalista, ex-vereador SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, coordenador da corrente política TLS e membro do Diretório Nacional e da Executiva Estadual do Psol. (27/01/2010)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

OU NÓS DESTRUIMOS O CAPITALISMO, OU ELE ACABARÁ COM O PLANETA, TAL É SUA FACE PERVERSA, PREDATÓRIA E DESTRUTIVA.

A filosofia se põe a partir do momento da existência e reconhecimento do “ser posto”, concomitantemente, com o revelar-se e superar-se , num processo continuo e permanente diante das intempérides da natureza , tendo como principio posto o processo evolutivo em que vivemos. O processo evolutivo carrega nas suas entranhas a memória evolutiva dos seres existentes e dos homens no planeta.
Embora nossa referência filosófica Ocidental se dê a partir do mundo grego, outros povos existentes até então já refletiam sobre as mais variadas formas de vida em várias partes do mundo.
O berço da civilização e da consumação do homem enquanto ser biologicamente definido, tem seu saimento a partir do continente africano que “deve ser” a primeira matriz elaborativa, com uma rica mitologia ainda inexplorada e marginal ao contexto filosófico mundial , sem contudo, negar os outros conteúdos e formas do pensar filosófico.
Do ponto de vista cronológico, as bases da atual reflexão estão vinculadas ao “mundo pós-medieval”, onde o antropocentrismo se põe como novo paradigma de negação e afirmação diante do mundo moderno que acondicionado nas asas da imaginação e da incipiente ciência que toma a dianteira na aclaração de “fenômenos e concepções metafísicos” que estava e ainda esta permeando o imaginário popular, refreando o avanço científico.
Na medida em que o homem é o centro de tudo , a natureza e os seres viventes em tese, estão subordinados e submetidos a sua lógica , controle e poder.
Já no período contemporâneo, Karl Marx questiona essa lógica , dando um caráter coletivo aos indivíduos enquanto classe e afirma que a economia e os modos de produção são “fundamentais ” no entendimento e leitura do homem no mundo e afirma que o antagonismo de classe é uma espécie de motor da história e o pertencimento à essa classe é o combustível desse processo.
Ele Avança na centralização da filosofia ao combater as teses de Feuerbach, afirmando que o papel do Filósofo não é somente observar, se encantar, “contemplar”, conviver ou justificar sua existência no mundo posto.
O papel fundamental do filósofo em relevo (enquanto concepção coletiva) é transformar , transpor os limites, dar nova forma e conteúdo ao mundo existente.É revolucionar.
Se é atributo do homem “viver com” e transformar o mundo, ele não pode tratar com “estranhamento” a produção, a execução e o significado cosmológico de tudo que existe no planeta, como os seres vivos, animados e inanimados, macro ou microscopicamente .
Para Marx a categoria que vai conferir ao homem o papel de transformador do mundo em eu vivemos é o trabalho.
Conforme afirma Engels, “toda riqueza provém do trabalho.(...) a natureza proporciona os materiais que o trabalho transforma em riqueza.(...) podemos até afirmar que,sob determinado aspecto, o trabalho criou o próprio homem.(...)
Podemos perceber a enorme diferença entre a mão primitiva do macaco, inclusive a do antropóide mais evoluído, e a mão do homem . desenvolvida através de milhares de anos de trabalho.
(...) qual seria a característica distintiva entre a manada de macacos e a sociedade humana. e de novo respondemos: o trabalho.(adaptado de Engels, frederich . o papel do trabalho na transformação do macaco em homem, 2º ed. são paulo, global editora,1984,p.9-16.)
Ainda segundo Marx, “Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão,e a construção das colméias pelas abelhas atinge tal perfeição que envergonha muitos arquitetos. Mas o que distingue o pior dos arquitetos da melhor das abelhas é que ele projeta mentalmente a construção antes de realizá-la.
No final do processo de trabalho obtém-se um resultado que, desde o inicio, já existia na mente do trabalhador. Pois o homem não transforma apenas o material em que trabalha. Ele realiza no material o projeto que trazia em sua consciência. Isso exige, além do esforço físico dos órgãos que trabalham, uma vontade orientada para um objetivo, vontade que se manifesta pela atenção e controle das operações durante o tempo de trabalho “(Marx, Karl. O capital.1, seção iii, cap.V.)
Mesmo que de forma diferente e sem o domínio da repetição ou valor agregado no trabalho realizado, “O animal também produz.Faz um ninho, uma habitação, como as abelhas, os castores, as formigas etc. Mas só produz o que é estritamente necessário para si ou para suas crias. O animal produz apenas numa direção, ao passo que o homem produz universalmente. O animal produz unicamente sob a dominação da necessidade física imediata, enquanto o homem produz quando se encontra livre da necessidade física e só produz, verdadeiramente, na liberdade de tal necessidade”.(Karl Marx).
Se é verdade que o animal não elaboram nem reflete sobre os feitos “instintivamente”, (em que pese essa argumentação ser passível de novos desdobramentos e contestações), também é verdade que da mesma forma que o capitalismo produz o trabalhador alienado(o não pertencimento do que se produz), os animais não são “alienados” ( dentro do seu e nosso universo existencial) em relação ao que produzem, pois cuidam, zelam, procriam e defendem a própria cria .
Contudo, os homens não podem ser ou estar alienados em relação aquilo que ele a rigor não produziu, que são os seres existentes no nosso planeta.
No capitalismo os homens se apropriam dos produtos e bens produzidos pelos homens e pela natureza, bem como, das vidas dos seres, transformando tudo em mercadoria, pois o mercado absolutista e subordina tudo e a todos.
A batalha do Marxismo e da esquerda em geral é pela transformação do homem “velho em novo”, com valores e costumes, cultura e economia que respeita e leva em conta a defesa da vida em toda sua vasta dimensão.
A esquerda, diferentemente dos habites da burguesia deve criar as condições para que a habitabilidade no planeta se torne uma realidade objetiva , sem superioridade e arrogância diante da natureza e tudo que nela existe.
“Nós somos o resultado de processos cósmicos, planetários e biológicos anteriores ao nosso aparecimento. Somos os últimos a chegar. Entramos em cena quando já haviam transcorridos 99,98%da história do Universo.
Há 3,8 bilhões de anos, nossos antepassados eram micróbios nas fendas profundas dos oceanos. Há meio bilhões de anos éramos peixes. Há 235 milhões de anos éramos dinossauros. Há 150 milhões de anos éramos pássaros. Há 10 milhões de anos éramos primatas pulando alegremente de galho em galho nas florestas africanos. Há um milhão de anos éramos já plenamente humanos tentando domesticar o fogo. Há 100 mil anos enterrávamos com rituais e flores nossos mortos. Há 40.000 anos já nos comunicávamos com as linguagens elaboradas.
Há 10.000 anos fazíamos as primeiras plantações e domesticávamos cachorros e galinhas. Como a vida emergiu da terra, assim o ser humano emergiu da vida. Somos parentes e consangüíneos de todos os seres viventes do planeta.Entre os humanos e os chipanzés há, por exemplo,99,6% de genes ativos em comum.
A versão humana do cromossomo o difere da do macaco reso por um único aminoácido.
Das versões do cachorro, da rã, do bicho –de- seda e do trigo por 11,18,43 e 53 aminoácidos respectivamente”.(Boff, Leonardo. O Despertar da Águia: o diabólico e o simbólico na construção da realidade.Petrópolis,RJ:Vozes 1998. Pgs,124,129,130.)

Nesse sentido,é urgente uma nova mentalidade e compromisso na defesa e inclusão dos animais, ampliando e defendendo parte da declaração universal dos direitos dos mesmos que em vários artigos afirmam:
Arti.1º- Todos os animais nascem iguais e tem os mesmos direitos à existência.
(...)
Arti.3º. 1-nenhum animal será submetido nem a maus- tratos nem a atos cruéis.
(...)
Arti.4º.1-Todo animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem direito de se reproduzir.
(...)
Arti.6º.
1-Todo animal que o homem escolheu para seu companheiro tem o direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural.
2.O Abandono de um animal é um ato cruel e degradante.
(...)
Arti.9º(...)
(Publicado no livro de história , sociedade &cidadania, de Alfredo’ Buoulos, pag49)

O Artigo nono deve ser revogado, pois com os avanços das forças produtivas , já dispomos de alternativas alimentares e já não se justifica mais o sacrifício de animais.
O nosso compromisso e militância deve ser em defesa dos seres vivos, como principio universal.Todavia, essa defesa passa também pelos embates das lutas e dos conflitos de classes existentes, num contexto em que , OU NÓS DESTRUIMOS O CAPITALISMO, OU ELE ACABARÁ COM O PLANETA, TAL É SUA FACE PERVERSA, PREDATÓRIA E DESTRUTIVA.


Defender a vida dos humanimais é preciso!!!

Aldo Santos:Sindicalista, Presidente da Associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo.Coordenador da corrente política da TLS e Membro da Executiva Estadual do Psol.(11/11/09)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

NOSSO PROFUNDO SENTIMENTO E SOLIDARIEDADE PARA COM A POPULAÇÃO DO HAITI

O povo do Haiti passa por uma das piores tragédias sociais , política e Econômica,Para piorar ainda mais essa situação, um terremoto de magnitude 7 na escala Richter assolou o país no dia 12de janeiro de 2010. Trata-se do pior terremoto nos últimos 200 anos.Considerado o país mais pobre do continente americano e transformado num laboratório de situação de conflitos e limites sociais, esse povo como fênix ressurgirá das cinzas, levantará a cabeça e buscará seu ideal de um país livre,justo e liberto das agressões externas, inclusive da natureza (agredida pelo conteúdo predatório do capitalismo)
“O Brasil comanda cerca de 7 mil soldados da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem cerca de 1,3 mil homens na região. As Forças Armadas Brasileiras participaram do socorro às vítimas de furacões no país em 2004 e 2008.”(Com informações da EFE, da Associated Press e da Agência Brasil.)
Resguardadas as devidas caracterizações políticas sobre o papel do Brasil nessa missão, encaminho um relato que me enviaram para sua reflexão sobre os acontecimentos “in loco”.
Haiti: estamos abandonados
13 13UTC Janeiro 13UTC 2010, 23:39 Arquivado em:
HAITI

A noite de ontem foi a coisa mais extraordinária de minha vida. Deitado do lado de fora da casa onde estamos hospedados, ao som das cantorias religiosas que tomaram lugar nas ruas ao redor e banhado por um estrelado e maravilhoso céu caribenho, imagens iam e vinham. No entanto, não escrevo este pequeno texto para alimentar a avidez sádica de um mundo já farto de imagens de sofrimento.

O que presenciamos ontem no Haiti foi muito mais do que um forte terremoto. Foi a destruição do centro de um país sempre renegado pelo mundo. Foi o resultado de intervenções, massacres e ocupações que sempre tentaram calar a primeira república negra do mundo. Os haitianos pagam diariamente por esta ousadia.

O que o Brasil e a ONU fizeram em seis anos de ocupação no Haiti? As casas feitas de areia, a falta de hospitais, a falta de escolas, o lixo. Alguns desses problemas foram resolvidos com a presença de milhares de militares de todo mundo?

A ONU gasta meio bilhão de dólares por ano para fazer do Haiti um teste de guerra. Ontem pela manhã estivemos no BRABATT, o principal Batalhão Brasileiro da Minustah. Quando questionado sobre o interesse militar brasileiro na ocupação haitiana, Coronel Bernardes não titubeou: o Haiti, sem dúvida, serve de laboratório (exatamente, laboratório) para os militares brasileiros conterem as rebeliões nas favelas cariocas. Infelizmente isto é o melhor que podemos fazer a este país.
Hoje, dia 13 de janeiro, o povo haitiano está se perguntando mais do que nunca: onde está a Minustah quando precisamos dela?

Posso responder a esta pergunta: a Minustah está removendo os escombros dos hotéis de luxo onde se hospedavam ricos hóspedes estrangeiros.
Longe de mim ser contra qualquer medida nesse sentido, mesmo porque, por sermos estrangeiros e brancos, também poderíamos necessitar de qualquer apoio que pudesse vir da Minustah.

A realidade, no entanto, já nos mostra o desfecho dessa tragédia – o povo haitiano será o último a ser atendido, e se possível. O que vimos pela cidade hoje e o que ouvimos dos haitianos é: estamos abandonados.

A polícia haitiana, frágil e pequena, já está cumprindo muito bem seu papel – resguardar supermercados destruídos de uma população pobre e faminta. Como de praxe, colocando a propriedade na frente da humanidade.

Me incomoda a ânsia por tragédias da mídia brasileira e internacional. Acho louvável a postura de nossa fotógrafa de não sair às ruas de Porto Príncipe para fotografar coisas destruídas e pessoas mortas. Acredito que nenhum de nós gostaria de compartilhar, um pouco que seja, o que passamos ontem.

Infelizmente precisamos de mais uma calamidade para notarmos a existência do Haiti. Para nós, que estamos aqui, a ligação com esse povo e esse país será agora ainda mais difícil de ser quebrada.

Espero que todos os que estão acompanhando o desenrolar desta tragédia também se atentem, antes tarde do que nunca, para este pequeno povo nesta pequena metade de ilha que deu a luz a uma criatividade, uma vontade de viver e uma luta tão invejáveis.”( Texto de Otávio Calegari Jorge - Pesquisador da UNICAMP em Porto Príncipe)


Diante desta catástrofe, e das permanentes agressões política ideológicas dos países dominantes , externamos nosso pesar pelas mortes e sofrimento desse nosso povo.

Viver, resistir e rebelar é preciso!!!

Aldo Santos:Presidente da Associação dos professores de Filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, coordenador da corrente política TLS, membro do Diretório Nacional e da Executiva Estadual do Psol. SP.(14/01/2010)


PLíNIO E ALDO SANTOS PARTICIPAM DO PROGRAMA DO JOAQUIM

Plínio e Aldo Santos Participam do programa do Joaquim


Como desdobramento da plenária Regional do ABC, realizada no dia 22de dezembro de 2009, na Subsede da APEOESP em São Bernardo do Campo, Eu e o Companheiro Plinio de Arruda Sampaio, participamos do Programa do Joaquim (na TV+,canal 10) no dia 08 de janeiro de 2010 e durante uma hora discorremos sobre a conjuntura política, sobre a sua possível pré-candidatura a Presidência da República pelo Psol e de temas gerais apresentados pela população da região.
Esse programa vem crescendo na região e o diálogo aberto e franco do Plinio sobre os mais variados temas foi o ponto alto dessa programação e da visibilidade do Partido na nossa grande região do Brasil (ABCDRRM).
A pergunta que contextualizava o programa era se existia ou não uma crise institucional no país , depois do programa dos direitos humanos que o presidente Lula tinha assinado. O Plínio chamou a atenção sobre o comportamento de alguns ministros de Lula , no que diz respeito à falta de reforma agrária no país e dialogou com a população sobre o papel da mídia.
Sobre os temas dos direitos humanos e a abertura dos arquivos da ditadura ,nos posicionamos que os mesmos devem ser abertos para que se solucionem e esclareçam de uma vez por todas esse atroz período da ditadura militar no Brasil e na América como um todo.
Ao responder algumas perguntas e ao comentar sobre os fatos políticos contextualizados pelo apresentador, afirmei que esse é um debate que está atrasado do ponto de vista político, pela omissão do governo Lula, todavia, sempre defendemos proposituras que avançam as liberdades e conquistas políticas e de promoção dos direitos humanos.
Após o programa, conversamos sobre a necessidade de realizarmos outras reuniões para intensificarmos o debate interno sobre o fortalecimento, ainda mais, da pré-candidatura junto aos filiados e nossa intervenção na conferência eleitoral nacional que vai oficializar esse debate em março de 2010.
Esperamos que a Executiva possa viabilizar com urgência essa conferência, para que o partido possa marchar unido como seus próprios candidatos, rumo à construção de uma nova Sociedade Socialista.
Em tempo, foi um erro do partido não colocar pessoas importantes como o Plinio no programa que foi ao ar e, até mesmo outras lideranças regionais e nacionais. Não podemos apresentar um programa dirigido a apenas um estado e voltado aos interesses regionais. Esperamos que os próximos programas pensem no coletivo do partido , nas forças que o representa e responda aos desafios objetivos da conjuntura.

Espero que possamos resolver esse impasse em que o partido se encontra pela esquerda e que as disputas internas não acometam os interesses dos filiados do partido no Brasil inteiro .

Avançar é preciso!!!


Aldo Santos: Sindicalista,Coordenador da Corrente política TLS, Membro do Diretório Nacional e da Executiva Estadual do PSOL-SP.(14/01/2010)

sábado, 2 de janeiro de 2010

"VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE DAR COMIDA PARA UM PORCO PORQUE VOCÊ NÃO GOSTA DO DONO DO PORCO..."

“Você não pode deixar de dar comida para um porco porque você não gosta do dono do porco...”

Essa foi mais uma das pérolas proferida pelo Presidente Lula na inalguração de uma unidade de Saúde na Vila São Pedro, São bernardo do campo.
Sem entrar no mérito da administração do ex-prefeito William Dib , que na minha opinião foi um desastre do ponto de vista da periferia e do controle político instiuido na ciade, a atual gestão nada tem a comemorar, uma vez que a saúde continua precária, a periferia abandonada e as obras eleitoreiras começam a tomar conta da midia, cujo teor e consistência das mesmas devem ser melhor analizadas tecnicamente , pois, construir uma UPA(Unidade de Pronto Atendimento) em 40 dias, segundo a imprensa, pode ser mais um “presente Grego”.
A população da Vila São Pedro necessita de um hospital Geral , tal a sua abrangência, a demanda social e o contigente populacional.
O Presidente deveria construir na Cidade equipamentos com o padrão igual ou superior ao quarteirão da Saúde em Diadema,dado ao fato de que nossa Cidade tem grande defasagem em várias áreas , particularmente na saúde, bem como, dispõe de um orçamento invejável no Brasil inteiro .
Sem o devido cuidado com suas “metáforas”, ele inalgura a obra , critica os adversários, contextualiza a obra dentro de um clima pré- eleitoral e dispara: “As obras do programa serão realizadas, disse o presidente, sem distinção entre os partidos de prefeitos e governadores. "Você não pode deixar de dar comida para um porco porque você não gosta do dono do porco. Ou seja, você precisa tratar as pessoas com o respeito que as pessoas precisam ter neste país".(Diário do Grande abc,30/12/09,)
Essa população já foi “destratada” na Gestão Maurício Soares, quando pessoas foram soterradas e segundo moradores ele disse que “os pobres eram como lagartixa que ficavam empenduradas nos morros”.
Solidarizamo-nos com a população da Vila São Pedro e com a população brasileira , pois, exigimos respeito ,sem comparações ignóbeis.
O Presidente deveria ter assistido o documentário “Ilha das flores, Curta- metragem , lançado em1989, escrito e dirigido por Jorge furtado”. Numa das passagens do documentário,o ator afirma que “o porco tem um dono mas os homens não”, apesar do estado de profunda miséria que estão vivenciando no cotidiano e (no contexto do documentário) .
Nada contra os porcos, pois até os animais não merecem ser joguetes metafóricos de um presidente ou de quem quer que seja . Essas tiradas são recursos da politicagem de Lula e de seu partido (PT) que do ponto de vista do projeto político ideológico não diferem dos Tucanos.
Pelo indicativo, nas eleições que se aproximam eles vão substituir o debate programático/ideológico por acusações mútuas de baixo nível e desrespeitosas para com o povo brasileiro, vez que, representam no atacado os interesses vitais do sistema capitalista.
Por favor respeitem os porcos (que infelizmente ainda tem dono) e a população da periferia, pois fazemos parte do mundo animal e não podemos ser usados e comparados de forma depreciativa, mesmo que metaforicamente.
As obras realizadas não são dádivas dos governantes, mas sim, fruto de intensas lutas desenvolvidas pela população organizada que continuam mobilizadas em torno de outras reivindicações básicas e emergenciais.
É urgente a regularização fundiária sem custo para os moradores e o preço das contribuições (impostos) que pagamos para que as obras ocorram não rima com argumentos eleitoreiros, agressivos, desqualificados e (anti-pedagógico).

Educar e respeitar é preciso!!!
Aldo Santos
Sindicalista, Membro do Diretório Nacional e da Executiva Estadual do Psol.(30/12/09