quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Alunos questionam a substituição do vice governador do Psol.



Esta semana por obrigação legal, retornei a sala de aula, retomando assim o contato direto com os alunos da rede pública estadual onde leciono há décadas. Além do planejamento do quarto bimestre, como atividade de reflexão solicitei que os mesmos comentassem no caderno as principais idéias dos principais candidatos a presidência da república.

As respostas foram as mais variadas. No geral, eles comentaram as principais propostas dos candidatos Serra, Dilma, Marina e Plínio.

Em relação ao Serra, comentaram sobre o aumento do salário mínimo, da saúde e outros temas programáticos.

Em relação à Dilma, eles comentaram que a mesma vai legalizar o aborto, instituir o casamento gay, além de falarem da opção sexual da mesma e de sua vida pregressa.

Relacionam também que a Dilma representa a continuidade do Presidente LULA. Evidentemente que estou falando do pensamento majoritário dos alunos.

Em relação à Marina, os alunos relembraram da defesa do meio ambiente e da atuação da mulher na vida política.

Sobre o Plínio, eles se lembraram do aumento do salário mínimo para R$2.000,00 reais e da descriminalizarão da maconha. Percebi ainda que alguns comentários direta ou indiretamente faziam alusão ao preconceito para com o idoso.

Numa sala, alunos mostraram o jornal Diário do Grande ABC e estavam em dúvida sobre a candidatura do vice governador pelo Psol, pois a reportagem foi muito tendenciosa. Expliquei sobre o processo a que fui submetido e condenado em segunda instância por apoiar os sem-teto do acampamento Santo Dias, a maior ocupação urbana que já ocorreu no país e pela solidariedade junto às mulheres, crianças e idosos doentes, momento no qual disponibilizei o carro oficial para socorrer, diante da iminência de reintegração de posse.

Após exaustiva explicação, eles responderam com uma calorosa salva de palma. Outro aluno perguntou por que o partido substituiu o vice se na urna a foto continuava aparecendo. Eu votei no senhor, pois até as urnas recusaram a substituição burocrática da sua candidatura. Outros questionaram porque o Psol substituiu o vice, se o PCB e PSTU não expuseram nem humilharam seus candidatos ou membros da sua chapa? Tentei explicar com a devida isenção, mas, no fundo eu concordava com os alunos sobre a crítica apresentada em sala de aula. Em outra sala, comentaram sobre o fenômeno Tiririca, comentaram que o povo de São Bernardo trocaram o atual vice forrozeiro pelo ex-prefeito e estranharam ainda o fato do ex-secretario de educação ter tanto voto, uma vez que o caos na educação continua, sem afeto, carinho ou amor.



No 2º turno a luta anti-Serra continua.



O diálogo foi pedagogicamente proveitoso e pensei até em promover um debate sobre os candidatos ao segundo turno. Percebi também que existe uma onda conservadora-reacionaria tentando induzir o voto em Serra e concomitantemente, tentam satanizar a candidata Dilma do PT.

Na sala da dos professores, afirmei a um grupo de educadores que certamente o Psol vai optar pelo voto anti-Serra no segundo turno, pois ninguém agüenta o PSDB no Estado, quiçá na presidência da República; ninguém merece.

Percebi que a despolitização é grande e que os desafios educacionais são enormes. É urgente o debate e o desenvolvimento da consciência crítica dos educadores e educandos, pois a direita reacionária vem disputando corações e mentes e é nosso dever combatê-la sem trégua, rumo a edificação de uma sociedade de homens e mulheres novos, cujos valores e interesses éticos/morais, ideológicos e de classe são antagônicos aos interesses dos trabalhadores.



Lutar e vencer é preciso!!!



Aldo Santos: sindicalista, Ex-vereador em SBC, Coordenador da corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do PSOL. (8/10/2010)

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