sábado, 5 de março de 2011

Que outros ventos sopram na África? O sopro de vida do povo de África!


Ao vermos as pautas dos telejornais brasileiros contemplando questões conjunturais no continente africano, podemos perceber o quanto esta mídia que não passa de um apêndice da mídia internacional, apenas reproduz as informações que os veículos de comunicação estrangeiros do norte pautam em suas edições.

Os eventos políticos recentes na Tunísia e no Egito são apresentados como uma “revolta cidadã” já que os manifestantes destes países reivindicam uma democratização política no contexto de seus países.

O que a mídia internacional, e sua retransmissora periférica no caso a brasileira, fazem é apenas reproduzir exaustivamente as imagens do grande contingente de manifestantes aglomerados no centro das capitais destes países, na maioria das vezes confrontando-se com compatriotas de posições divergentes.

Então o que pensar? A mídia internacional “descobriu a roda”? Jamais soube da realidade opressora e violenta cujos governantes tem imposta a seus povos há décadas?

Nunca foram chamados de “líderes árabes” por esta mesma mídia quando de suas excursões mundo afora?

A maior indignação que esta mídia expressou foi justamente quando seus operadores, trabalhadores da comunicação, foram vítimas da mesma violência que ajudou a criar quando se calou por décadas a respeito da violação dos direitos humanos, sociais, econômicos e políticos que estes governantes desencadearam.

Nenhum veículo fez questão de frizar que os chamados líderes destes países são aqueles que melhor cumpre a política orientada pelos países hegemônicos do Norte e suas organizações multilaterais. São os que maior acesso tem aos salões nobres do poder mundial.

A conjuntura no continente africano não deve ser ignorada pelas organizações de esquerda numa leitura do mundo atualmente, uma vez que tal negligência contribuiu enormemente pela perpetuação de que não é possível reescrever a história dos oprimidos no mundo.

E que a resistência ao autoritarismo e a opressão social e econômica deve ser, de fato, internacional e mundializada..

Duas grandes lições revolucionárias nesse contexto: primeiro, o papel da juventude em qualquer processo de renovação política e cultural esta além de modelos definidos a priori, segundo, hoje, como nunca, os instrumentos comunicação devem ser acionados num contexto transformação social, uma vez que transformação se faz com gente informada e não à distância.

Entoamos novamente a consigna da Via Campesina durante o Fórum Social Mundial em 2005: “Globalizemos a Luta!” e “ Globalizemos a Esperança!”

Postado por PSOL-Garça.

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