segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Uma guerra permanente.

Nesse momento os ianques estão destruindo povos no Afeganistão, no Iraque e em dezenas de países que igualmente são minados pela existência de bases militares, a exemplo daquelas que pretendem implantar na Colômbia, instituindo a doutrina de guerra declarada pelo mundo inteiro, sempre na busca de interesses econômicos e domínio do mercado e ainda tentando subordinar os ideais capitalistas e os demais países centrais e periferia do planeta.

A expansão da máquina mortífera americana está dentro de um contexto de resolutividade das políticas de investimentos, que dentre outros aspectos, buscam uma possível superação da crise, com a expansão, produção e desenvolvimento de novas tecnologias na logística de mercado, buscando a implementação de emprego e investimentos em áreas deficitárias da economia.

Com o cabalístico número (sete bases americanas) em um único país (Colômbia), deixa de ser nação e passa a viver, servir e se ajoelhar ao poderio belicista norte americano interna e externamente ao próprio país.

Nessas condições, não tem espaço para vacilo político ou mediação que possa negociar ou fazer conseção a instalação dessas bases na Região .

Na prática, o confronto está estabelecido e a cada dia ganha contornos de enfrentamento direto no mundo inteiro, na medida em que os americanos se apossam da Colômbia para monitorar, coibir e guerrear contra novas matrizes ideológicas de caráter socialista/comunista.

A história de resistência na America Latina está viva e vive na memória dos lutadores sociais, dos governos populares e antiimperialistas, uma vez que a tentativa de dominação econômica sempre esteve presente das mais variadas formas e nos mais variados períodos da historia latino-americana.

Os Espanhóis massacraram os Incas, Maias e Astecas; Portugal dizimou mais de 5 milhões de Nativos (Índios) no Brasil, tentaram dizimar suas culturas, saquearam as riquezas, mataram nosso povo e hoje índio na concepção dominante é peça de museu da “cultura e do folclore”, sem fisionomia, sem poder, “sem pátria” e sem perspectivas.

Inúmeros contingentes populacionais foram a luta contra a invasão, contra a colonização e as permanentes tentativas de recolonizações .

Bolívar em 1826 lidera e implementa os princípios das conferencias Pan-Americanas sendo hoje referência a Alternativa Bolivariana das Américas.

Augusto César Sandino é um dos guerrilheiros mais importantes da América, teve papel de destaque, fundamentalmente, na luta ao lado povo da Nicarágua.

José Marti, poeta e escritor é o maior símbolo do povo cubano na luta de independência contra a Espanha.

Agustín Farabundo Martí Rodríguez , importante referência comunista da frente (Farabundo Marti de Libertação Nacional) em El Salvador.

Tupac-Amaro, é destaque na maior insurgência indígena ocorrida no século XVI na América latina , além de Zapata, Zumbi dos Palmares e a nova safra de revolucionários do último Século como Guevara, Fidel, Prestes, Marighela, Lamarca, Salvador Allende , Mao Tsé-Tung e tantos outros que sintetizaram processos de lutas e resistências das mais variadas formas e expressão revolucionária, cuja vidas foram dedicadas a classe trabalhadora em seu tempo e nos dias atuais é a chama que incendeia revolucionários do mundo inteiro.

A disputa e o confronto entre Capitalismo/Socialismo, entre a opressão e a liberdade, está mais uma vez colocada na ordem do dia, pois com a provocação americana, com a otimização das sete bases na Colômbia, significa uma declaração de guerra aos demais países que vêem sua soberania ameaçada e invadida pelo poder e superioridade econômica, política e militar.

Felizmente, vários governantes têm demonstrado compromissos históricos com o povo do continente, rechaçando e repudiando mais essa ofensiva da recolonizarão da America.

Combater as Farcs e associá- la ao narcotráfico é a velha cantilena dos dominantes imperialistas, pois poderiam até questionar os métodos, as formas, os meios que eles tem usados para manter guerrilha ha décadas , todavia, eles representam um grupo ideologicamente comprometidos com a destruição do governo capitalista, tendo por base o Marxismo Leninismo.

Aliás, essa ofensiva Americana e a subserviência da Colômbia ao império não é de hoje. Em 2000, tentaram impor o famigerado plano Colômbia , também impulsionado pelo governo Norte-americano. O objetivo era o “mesmo do plano atual” que é combater o narcotráfico e conter o avanço das Farc na região. Estrategicamente o objetivo central dessa ofensiva americana não é tão somente combater o narcotráfico e as Farc, e sim, se apossarem das riquezas de uma região geograficamente e estrategicamente bem localizada , portadora de um imenso manancial, bem como, rica em petróleo, gás, carvão minerais e recursos energéticos.

Os posicionamentos dos governos de Cuba, Venezuela, Equador e da Bolívia, significa um avanço limitado e relativo , mais é um grande alento para a classe trabalhadora, pois até recentemente apenas cuba se insurgia contra a implantação da ALCA ( Área de Livre Comércio das Américas).

Hoje, além dos governantes dos países acima citados, existe o contra ponto que vem sendo organizado e articulado através da Alba (Alternativa Bolivariana das America) que é uma base de apoio, tanto do ponto de vista das relações políticas, quanto das relações econômicas e até militar.

Não se pode analisar em separado e isoladamente a ofensiva do governo golpista de Honduras, Roberto Micheletti, que com o apoio empresarial das forças armadas e dos golpistas de plantão interna e externamente expulsou o presidente eleito do país, Manuel Zelaya.

Coincidência ou não, a ofensiva Americana na Colômbia, o golpe em Honduras com a adesão e o crescimento da direita articulada nos mais variados países, bem como a omissão de governos como o brasileiro, vem crescendo significativamente a sanha direitista na America latina.

Proporcionalmente, vem aumentando a resistência organizada contra a intervenção beligerante na America latina , conforme dados a seguir:

“O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, está a fazer uma viagem-relâmpago por toda a América Latina para explicar o acordo. Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Equador, Rafael Correa e da Nicarágua, Daniel Ortega, já denunciaram o acordo. Na Bolívia, onde Uribe esteve na noite de terça-feira, o presidente Evo Morales expressou a sua preocupação: "Não aceitamos militares americanos na Bolívia, e desejamos que esta rejeição seja unânime na América Latina", declarou.
O Brasil e o Chile têm uma posição mais moderada, mas também expressaram preocupação, e pediram uma reunião do Conselho de Defesa Sul-Americano no fim deste mês”. (Revista Fórum: Redação. Quinta-Feira, 6 de Agosto de 2009 às 11:59hs)

O Governo brasileiro poderia dar uma demonstração de unidade, organização e de defesa necessária às lutas e ao avanço político na America latina, porém, o que temos observado é o velho discurso colaboracionista .

Em momentos como este, não tem espaço para pseuda -neutralidade ou vacilação : ou está ao lado das bases americanas na Colômbia, ou está no front contra a implantação das mesmas que violam a democracia , e a soberania dos países da região.

O posicionamento de Zelaya “de que o povo tem o direito de defender-se a democracia com armas em mãos”, representa o anseio e o enfrentamento concreto contra os golpistas, pois a mediação da Costa Rica seguramente está voltada para aos interesses estratégicos Norte-Americano.

Está correto Hugo Chávez, quando afirma que “Os ventos da guerra sopram na America latina”, fazendo alusão a uma guerra em curso e que deve haver urgente mobilização e enfrentamento diante da mesma.

Fidel Castro foi enfático ao definir que a instalação das bases significam “sete punhais no Coração da América.”

A cúpula da União de Nações Sul-Americanas que é composta de doze países:(Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela), não chega a ser um acordo sobre a condenação explicita e ofensiva contra os planos americanos na região através da domesticada Colômbia.

O nosso posicionamento deve ser de apoio e solidariedade ao povo Colombiano, que deve se levantar conta o fantoche Urias.

Apoio aos países que estão em luta contra a implantação das bases militares na Colômbia e devemos nos manifestar contra o governo Americano que mais uma vez tenta pela força impor uma nova “Área de Livre Matança nas Américas”.

O texto a seguir expressa nitidamente o poder belicista e a imposição do Império , que segundo a opinião de Fidel Castro “ Atualmente, não se fala mais em milhares de mísseis nucleares, do poder destrutivo de armas convencionais; fala-se de aviões sem pilotos, tripulados por autômatos. Não é uma simples fantasia. Já estão sendo usadas algumas armas assim no Afeganistão e em outros pontos. Informes recente assinalam que, num futuro relativamente próximo, muito antes que a calota polar antártico se derreta, o império, com seus 2.500 aviões de guerra, pretende dispor de 1.100 aviões de combate F-35 e F-22, em suas versões de caça e bombardeiro de 5ª geração. Para ter-se uma idéia deste potencial, basta dizer que os que existem na Base de Soto Cano,em Honduras, para treinamento de pilotos deste país, são F-5 (NT-os mesmos que equipam hoje a FAB) e os que forneceram a Venezuela (antes de Chávez), ao Chile e outros países eram pequenas esquadrilhas de F-16.Mais importante ainda: o império planeja que, em 30 anos, todos os aviões de combate dos Estados Unidos – desde os caças até os bombardeiros pesados e aviões-tanque serão tripulados por robôs.Este poderio militar não é uma necessidade do mundo; é uma necessidade do sistema econômico que o império impõe ao mundo.”

Barak Obama certamente não leu o livro “veias abertas da America latina, do Escritor Uruguaio Eduardo Galeano”que ganhou de presente do Presidente Hugo Chávez da Venezuela.

Tudo indica que o seu livro preferido é o Príncipe de Maquiavel, eivado de práticas maquiavélicas, onde sua conduta política se baseia no principio de que os fins justificam os meios, por mais nefastos que sejam, uma vez que o objetivo central é alcançar o fim (domínio) desejado . Outra Bibliografia que deve ter lido e interpetrado é Thomas Hobbes, que na citada expressão sintetiza o ideal absoluto de domínio Americano que : “defendia a idéia segundo a qual os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado”( Wikipédia 12/08/09).

O Título dessa contribuição denominado de “guerra permanente”, tem por base as teorias de Marx e Engels, que utilizaram o termo revolução permanente entre 1845 e 1850, embora, na esquerda em geral essa concepção está mais identificada com a Tese de Leon Trotsky, em que pese as diferenças contextuais e conceituais.

No Manifesto Comunista (Publicado em 1848, por Karl Marx e Engels), as categorias fundantes da luta de classe está materializada e de certa forma sintetizada nas seguintes citações: “A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas da classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das suas classes em luta.

Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores feudais, vassalos, mestres, oficiais e servos, e, em cada uma destas classes, gradações especiais.

A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas.”

Nos dias atuais, o conceito de revolução é bastante amplo e não se limita tão somente a luta socialista e revolucionária contra o capitalismo. Parece que o termo mais apropriado para caracterizar o momento de confronto histórico em que vivemos, sem negar a revolução permanente de Karl Marx e de Trostky, é a terminologia “Guerra permanente” , uma vez que historicamente no mundo inteiro e particularmente na America Latina dizimaram os índios, negros e operários, como parte de uma “guerra sem fim”.

Portanto, do ponto de vista dos enfrentamentos da nossa classe, os mesmos são de guerras permanentes, onde mesmo em desigual correlação de forças nos enfrentamentos entre classes, cresce a consciência revolucionária mundial de que no capitalismo não há saída para o conjunto dos Proletários.

Além das bandeiras históricas, hoje, ou destruímos o capitalismo e sua sanha predatória, ou ele acaba com a classe o e com o próprio planeta tal é sua fúria destrutiva . É fatal e urgente a necessidade da guerra Comunista permanente contra a barbárie do capital instaurada.

Ao mesmo tempo em que nos deparamos com intensos conflitos no mundo inteiro; estes representam um estado de guerra permanente entre opressores e oprimidos entre domínio-controle e liberdade. A classe trabalhadora reage, enfrenta e resiste ao processo permanente de guerra continuada.

Lutar e revolucionar é preciso!!!

Aldo Santos- Sindicalista,Coordenador da Corrente Política TLS, Membro do Diretório Nacional e presidente do Psol em SBC.(12/08/09) .

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