Sempre que ocorrem mudanças na secretaria de educação, temos dois sentimentos concretos: O primeiro está relacionado aos motivos que levou a exoneração em si, pois direta ou indiretamente a queda do mesmo, dentre outras variantes, ocorreu em função da ação desenvolvida pelo corpo docente, discente e a comunidade reclamante que resistem com greves, passeatas e enfrentamentos nas mais variadas regiões de atuação no estado, levando ao desgaste cotidiano e culminando sempre com a afirmação da negação.
O segundo sentimento e constatação é que apesar da vitória parcial inicial, com a ausência de alternância de poder, o modo tucano de governar se expressa no continuísmo piorado, como ocorreu com a substituição do carrasco Paulo Renato, pelo atual secretário Herman Jacobus Cornelis Voorwald.
Corroborando com essa lógica, o novo secretário dará início a um ano letivo marcado por contradições e ataques as conquistas históricas dos educadores do estado de São Paulo.
O exemplo mais drástico é o caso da atribuição de aulas nas unidades escolares, que há anos era centralizado nas diretorias de ensino. Jogaram na lata de lixo o tempo de serviço, a pontuação e etc, num flagrante desrespeito para com a categoria no estado. Como se não bastasse, o ingressante oriundo do último concurso público tem seu direto assegurado, embora a atribuição do OFA, também está fundamentada em bases legais. Esse conflito no momento da atual atribuição vai recair sobre os interesses e direitos dos educadores que desejam tão somente lecionar, livre dos problemas da má gestão dos vários anos de desgoverno educacional.
Caso não haja a mudança do atual processo de atribuição, as escolas vão se transformar num caos generalizado. Para se ter uma idéia, em maio de 2010 só na Diretoria de São Bernardo do campo, faltavam 500 professores, em decorrência da lógica da legislação em vigor que estabelece a contratação temporária na rede via categoria “O”. Nessas ações governamentais, está sempre presente o caráter privatista dos governos tucanos.
Fazemos um chamado aos educadores da categoria “O” e demais educadores para que haja uma forte mobilização para se alterar o atual quadro de ataque e que a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em caráter de urgência, vote projetos que possibilitem aos professores excluídos terem aulas atribuídas, pois no limite, o descaso como a falta de professores na rede, via de regra recai o balanço sobre o desempenho dos atuais educadores com a costumeira reclamação pública da “falta dos professores e não de professores”.
Esperamos que a atual diretoria do sindicato dê um passo a frente, chamando uma assembléia extraordinária para debater os problemas existentes, pois ficar aguardando a iniciativa do governo e dos nobres deputados, bem como a ação somente no âmbito judicial poderá comprometer a vida profissional e a educação pública no estado de São Paulo.
Para além da burocracia sindical da atual gestão e da central chapa branca CUT, é fundamental o posicionamento da oposição na dianteira desse processo, juntamente com os professores do estado para reverter essa drástica situação que culminará em desemprego e a divisão, ainda mais, da nossa categoria.
Assembléia extraordinária já.
Aldo Santos. Foi vereador em SBC (1989-2004), Coordenador da corrente política TLS, Presidente da Associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, membro da Executiva Nacional do Psol. (25/01/2011
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